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  • 2AT

QUESTÕES COMENTADAS III



1) (UFC-2003) Escreva V ou F, conforme seja verdadeira ou falsa a declaração sobre a composição de A luneta mágica:


( ) A estrutura do romance é complexa e indefinida.

( ) Os episódios são ali associados arbitrariamente.

( ) A pretensão de moralizar costumes se faz presente.

( ) Personagens grandiosas e exemplares ocupam o primeiro plano.


A seqüência correta se acha em:

a) F - V - V - F

b) F - F - V – F

c) V - F - V - V

d) V - F - V - F

e) V - V - F - V


Resolução:

(F) A estrutura do romance não é complexa, sendo dividido em duas partes em que a primeira apresenta a Introdução e a visão do mal, e a segunda a Introdução e a visão do bem, e ainda contando com um Epílogo.

(F) Ele apresenta um encadeamento de ideias em que o episodio anterior entra em sequencia com o próximo, associando a sequência de ações.

(V) O romance apresenta um tom moralizante, satirizando costumes do ser humano. As criticas também estão no âmbito politico, social, entre outros.

(F) Os personagens são pessoas comuns, onde seus maus hábitos são revelados e satirizado e suas virtudes diminuídas.


Resposta: LETRA B


 

2) (UFC-2003) Em sua relação com as demais personagens, o narrador de A Luneta Mágica demonstra:

a) a incapacidade de reconhecer os seus sentimentos.

b) a persistência em não enganar e não ser enganado.

c) a habilidade de compor uma auto-imagem ingênua.

d) o poder de controlar ações e pensamentos hipócritas.

e) a coerência de seu caráter adverso às opiniões alheias.

Resolução:

a) Incorreta - É evidente o reconhecimento de sentimentos por Simplício.

b) Incorreta – Simplício engana e é enganado.

c) Correta – O autor constrói sua própria imagem como ingênua, e apenas dá sugestões de que talvez não seja isso mesmo.

d) Incorreta – O autor tem pensamentos ações e pensamentos hipócritas, e por vezes se ajusta a certas situações nem sempre sinceras.

e) Incorreta – O seu caráter não permanece o mesmo a essas situações.


Resposta: LETRA C

 

3) (Vunesp-2003) INSTRUÇÃO: As questão abaixo toma por base o poema Soneto, do poeta romântico brasileiro José Bonifácio, o Moço (1827-1886), e o poema Visita à Casa Paterna, do poeta parnasiano brasileiro Luís Guimarães Júnior (1845-1898).

Soneto

Deserta a casa está… Entrei chorando,

De quarto em quarto, em busca de ilusões!

Por toda a parte as pálidas visões!

Por toda a parte as lágrimas falando!

Vejo meu pai na sala, caminhando,

Da luz da tarde aos tépidos clarões,

De minha mãe escuto as orações

Na alcova, aonde ajoelhei rezando.

Brincam minhas irmãs (doce lembrança!…),

Na sala de jantar… Ai! mocidade,

És tão veloz, e o tempo não descansa!

Oh! sonhos, sonhos meus de claridade!

Como é tardia a última esperança!…

Meu Deus, como é tamanha esta saudade!…

(José Bonifácio, o Moço. Poesias. São Paulo: Conselho Estadual de Cultura, 1962)

Visita à Casa Paterna

Como a ave que volta ao ninho antigo,

Depois de um longo e tenebroso inverno,

Eu quis também rever o lar paterno,

O meu primeiro e virginal abrigo:

Entrei. Um Gênio carinhoso e amigo,

O fantasma, talvez, do amor materno,

Tomou-me as mãos, - olhou-me, grave e terno,

E, passo a passo, caminhou comigo.

Era esta a sala… (Oh! se me lembro! e quanto!)

Em que da luz noturna à claridade,

Minhas irmãs e minha mãe…

O pranto Jorrou-me em ondas…

Resistir quem há-de?

Uma ilusão gemia em cada canto,

Chorava em cada canto uma saudade.

(Luís Guimarães Junior, Sonetos e Rimas)


José Bonifácio, o Moço, era um poeta romântico, enquanto Luís Guimarães Jr. era um parnasiano com raízes românticas. Os dois poemas apresentam características que servem de exemplo para tais observações. Levando em conta esse comentário,

a) Identifique um traço típico da poética romântica presente nos dois poemas:

Resposta: A sentimentalismo exagerado e o subjetivismo.

b) Aponte, em Visita à Casa Paterna, um aspecto característico da concepção parnasiana de poesia.

Resposta: A rima rica.

 

4) (UFSCar-2003) A questão seguinte baseia-se nos textos a seguir:

Iracema, de José de Alencar.


Foi rápido, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu. Gotas de sangue borbulham na face do desconhecido.

De primeiro ímpeto, a mão lesta caiu sobre a cruz da espada; mas logo sorriu. O moço guerreiro aprendeu na religião de sua mãe, onde a mulher é símbolo de ternura e amor. Sofreu mais d’alma que da ferida. (...)

A mão que rápida ferira, estancou mais rápida e compassiva o sangue que gotejava. Depois Iracema quebrou a flecha homicida; deu a haste ao desconhecido, guardando consigo a ponta farpada. O guerreiro falou:

- Quebras comigo a flecha da paz?

-Quem te ensinou, guerreiro branco, a linguagem de meus irmãos? Donde vieste a estas matas, que nunca viramoutro guerreiro como tu?

- Venho de bem longe, filha das florestas. Venho das terras que teus irmãos já possuíram, e hoje têm os meus.

- Bem-vindo seja o estrangeiro aos campos dos tabajaras,senhores das aldeias, e à cabana de Araquém, pai de Iracema.

Rosinha, minha canoa, de José Mauro de Vasconcelos.


Achava-se contente da vida, pescando e salgando o seu peixinho, quando a canoa do índio atracou na praia.

-Que é que foi Andedura?

Andedura sungou a canoa na areia.

- Zé Orocó, tem lá um home. Diz que é dotô. Quando dá fé é mesmo, purque ele tem uma mala cheia de ropa e outra cheia de munto remédio.

- E que é que ele quer comigo?

- Sei não. (...) Tu vai?

O coração de Zé Orocó fez um troque-troque meio agoniado. Franziu a testa, tentando vencer, afastar um mau pressentimento.

-Como é que é o homem?

Grandão, meio laranjo no cabelo. Forte, sempre mudando a camisa pur causa do calô. Se tira a camisa, num güenta “mororã” purque tem pele branquinha, branquinha. Peitão meio gordo, ansim que nem ocê, cheio de sucusiri. Quano chegô, tinha barriga meio grande, mais parece que num gosta munto de cumida da gente; tá ficano inxuto. Eu pensei que ele fosse irmão daquele padre Gregoro, que pangalô aqui pelo Araguaia já vai pra uns cinco ano ... Feito o retrato o índio descansou ...


Os trechos de Alencar e Vasconcelos pertencem a diferentes momentos da literatura brasileira e dão indícios muito claros das características de cada momento.

a) Relacione cada trecho à tendência literária a que pertence e aponte uma característica de cada que permita estabelecer tal relação.

Resposta: Em Iracema pertencente ao Romantismo é destacado o indianismo. Em Rosinha, minha canoa é do Modernismo, com regionalismo.


b)A questão da civilidade é apresentada de forma diferente em cada texto, pelo fato de representarem diferentes momentos histórico-sociais. Comente como essa noção define os personagens indígenas nos textos.

Resposta: O índio é idealizado em Iracema, por ser do Romântico indianista. Em Rosinha o índio tem características de homem branco principalmente.

 

5) (UFMG-1997) Em todas as alternativas, Álvares de Azevedo mantém-se fiel à proposta romântica de amor idealizado, EXCETO em:


a) Ah! vem pálida virgem, se tens pena De quem morre por ti, e morre amando, Dá vida em teu alento à minha vida, Une nos lábios meus minh'alma à tua!

b) Namoro e sou feliz nos meus amores; Sou garboso e rapaz... Uma criada Abrasada de amor por um soneto Já um beijo me deu subindo a escada...

c) Pálida à luz da lâmpada sombria, Sobre o leito de flores reclinada, Como a lua por noite embalsamada, Entre as nuvens do amor ela dormia!

d) Um beijo divinal que acende as veias, Que de encanto os olhos ilumina, Colhido a medo como flor da noite Do teu lábio na rosa purpurina, (...)


Resolução:

Idealização do amor seria tratá-lo como algo superior. Álvaro, em sua primeira obra, chamava as mulheres de “virgens”, considerando-as puras, o que já nos elimina a alternativa “a”. Comparar a amada com as mais belas coisas seria uma idealização, o que elimina também a alternativa “c”. “ um beijo divinal...” dar-nos ideia de que o mesmo chama a amada de deusa e isso é idealização, o que já nos elimina alternativa “d”.Sendo que a única alternativa que não há isso é a alternativa “b”.


Resposta: LETRA B


QUEM SOMOS

      Olá, somos do segundo ano de Telecomunicações (2AT) da Fundação Nokia e criamos este blog com o objetivo de auxiliar e esclarecer as dúvidas com relação a escola literária do Romantismo, tendo foco no autor José de Alencar, de modo que encontrem aqui questões de vestibulares comentadas, biografias dos autores, vídeos, análises, resenhas e entre outros recursos que facilitem o aprendizado. Este também é um exercício avaliativo aplicado pela professora Dayanna Porto, professora de Língua Portuguesa e Literatura.

Obrigado pela visita e boa leitura!

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