ANÁLISE LITERÁRIA | EURICO, O PRESBÍTERO
- Stefane Amaral
- 3 de ago. de 2016
- 2 min de leitura

Romance histórico escrito por Alexandre Herculano (1844).
Resumo
Eurico apaixonou-se por Hermengarda, mas o pai da moça opõe-se ao casamento. Desgostoso, o rapaz se tornou presbítero, ou seja, um padre. Com a invasão sarracena, Eurico abandonou o hábito para tornar-se um militar; converteu-se, então, num misterioso Cavaleiro Negro, que notabilizava por suas façanhas militares e pelas canções que faz. Em meio às lutas, reencontra Hermengarda, que estava em poder dos árabes, e salva-a.
Nesse reencontro, as chamas adormecidas do antigo amor reacendem, mas agora outra impossibilidade existe: o voto de castidade feito por Eurico em sua ordenação. Os namorados, depois de uma conversa, decidem pela separação, e o Cavaleiro Negro, em desespero, atira-se em uma batalha suicida contra os árabes e morre. Hermengarda, aterrorizada, enlouquece.
Personagens principais
Eurico e Hermengarda.
Personagens secundários
O pai de Hermengarda, Fávila, duque de Calábria.
Narrador
3° pessoa.
Tempo
Invasão dos mouros a Península Ibérica, século VIII, no ano de 711.
Observações
O autor faz uma crítica ao celibato clerical, o voto de castidade que os padres são obrigados a fazer e narra com riqueza de detalhes o espaço, as roupas, as armas, as estratégias, deixando de lado até mesmo o próprio romance.
Análise
Eurico é um jovem visigodo, que sofre uma desilusão amorosa por Hermengarda, cujo pai não a permitiu casar. Com isso, ele parte para uma outra cidade, na qual torna-se padre. Nesse período os árabes invadem a Península Ibérica, e o jovem transforma-se em um Cavaleiro Negro para batalhar contra os invasores e destaca-se com façanhas militares e por suas canções, já que como presbítero, não era permitido lutar nem matar.
O grupo em que se encontrava era chefiado pelo irmão de sua amada, Pelágio, cuja irmã havia sido aprisiona pelos inimigos. Então o cavaleiro reúne homens para libertá-la, e ao encontrarem-se, este revela sua real identidade.
Porém, mais outro obstáculo surge entre o casal, o voto de castidade feito pelo padre. Logo, os namorados não podem se casar.
Com esse novo impedimento, Eurico não aguenta mais viver sem a amada e vai para uma batalha que tinha a intenção de morrer – neste caso ele fez a fuga na morte, onde a personagem não consegue viver sem a amada – e Hermengarda, ao saber do ocorrido, enlouque-se – mostrando a fuga na loucura. O autor faz uma crítica ao sistema imposto pela igreja de que os padres não podem unir-se a uma mulher. Por ser um romântico, a amada é uma mulher ‘’perfeita’’, colocada como angelical e pura; há uma idealização do herói; e uma grande influência do sentimento, mas mesmo que o casal não tenha consumado o amor, através do casamento, uma característica romântica.
Esta obra, não só é uma crônica-poema, mas é principalmente um romance histórico por passar pelo contexto da guerra ocorrida na Península Ibérica.
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