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ANÁLISES LITERÁRIAS | SE EU MORRESSE AMANHÃ

  • Cibelle Nery
  • 28 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

SE EU MORRESSE AMANHÃ!

Se eu morresse amanhã, viria ao menos

Fechar meus olhos minha triste irmã;

Minha mãe de saudades morreria

Se eu morresse amanhã!

Quanta glória pressinto em meu futuro!

Que aurora de porvir e que manhã!

Eu perdera chorando essas coroas

Se eu morresse amanhã!

Que sol! que céu azul! que doce n'alva

Acorda a natureza mais louçã!

Não me batera tanto amor no peito

Se eu morresse amanhã!

Mas essa dor da vida que devora

A ânsia de glória, o dolorido afã...

A dor no peito emudecera ao menos

Se eu morresse amanhã!

Para melhor apreciação da obra ou até mesmo para somar conhecimento, talvez seja necessário informações da vida do autor (além de ter sido comprovado a existência de aspectos pessoais da vida do autor nos seus diversos poemas), que aos 20 anos morreu quando este caiu de um cavalo batendo a fossa ilíaca esquerda numa pedra. A pancada provocou um tumor que teve de ser operado. Resistiu quarenta dias e pouco antes de falecer escreveu o poema “Se Eu Morresse Amanhã!”.


O título do poema “Se Eu Morresse Amanhã” traz para o leitor a ideia de circunstância, e, também a óbvia alusão à morte, mostrando o espírito que se manifesta não só neste poema, mas na 2ª Geração do Romantismo no Brasil, geração do poeta Álvares de Azevedo, caracterizada pelo gosto pelo mórbido, pessimismo desesperado, escapismo na morte, etc.


Na primeira estrofe do poema, percebe-se uma referência a sua família. A relação que existe entre os dois primeiros versos é de compensação, que pelo menos sua irmã iria fechar seus olhos depois de ser dado como morto, indiciando assim uma relação de afeto. Nos seguintes versos da primeira estrofe fica mais evidente a preocupação que ele tem por sua família, fazendo previsões do que aconteceria com sua mãe após a morte do eu-lírico.


Na segunda estrofe do poema, o poeta presume que caso não morresse teria um futuro brilhante pela frente dada a sua genialidade, conscientizando que a morte tiraria a sua glória e o tempo que viria seria perdido.


Na terceira estrofe, o poeta ressalta a natureza bela que tal sentimento de amor por ela não existiria se este morresse amanhã. O poeta julga que a morte não só lhe tiraria a glória, mas também tiraria o prazer de ver o céu azul, o sol, a natureza em si.


Na quarta estrofe do poema, percebe-se implicitamente que o eu-lírico agora conformado com a morte, observa em outra perspectiva o lado bom de morrer, este sentiria um alívio, a dor da vida cessaria caso morresse amanhã.


A repetição de “Se eu morresse amanhã!” no final de cada estrofe nos deixa claro que tudo só seria possível se ele morresse e se ele não morresse nada se realizaria, nada aconteceria.

QUEM SOMOS

      Olá, somos do segundo ano de Telecomunicações (2AT) da Fundação Nokia e criamos este blog com o objetivo de auxiliar e esclarecer as dúvidas com relação a escola literária do Romantismo, tendo foco no autor José de Alencar, de modo que encontrem aqui questões de vestibulares comentadas, biografias dos autores, vídeos, análises, resenhas e entre outros recursos que facilitem o aprendizado. Este também é um exercício avaliativo aplicado pela professora Dayanna Porto, professora de Língua Portuguesa e Literatura.

Obrigado pela visita e boa leitura!

LITER-AT

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