Enredo:
A obra é um romance romântico, que gira em torno de Alice e Mario. O livro é divido em duas partes: no primeiro, um viajante que se encontra na fazenda conversa com Pai Benedito que vivia próximo a fazenda Nossa Senhora do Boqueirão, o mesmo faz uma descrição minuciosa acerca do local e deixa a entender que seria ele responsável por desvendar o drama da família. Em seguida, há a apresentação dos jovens Alice, Mario e Adélia onde é perceptível o carinho de Alice por Mario, entretanto o menino sempre a destrata ou ironiza pelo fato de ser filha do barão. Mario, protagonista do livro, é filho de D. Francisca que vive ao seu lado na casa grande desde que a mulher tornou-se viúva, mas Mario acredita que tal generosidade do barão em conceder-lhes um lar vem da culpa por ter matado José de Freitas, pai de Mário filho do dono da fazenda. Observa-se que Pai Benedito trata Mario com carinho e amor pois tinha grande apreço pelo menino, porém pai Benedito era visto como um feiticeiro e todos achavam que as desgraças decorriam dele, mas o homem era de bem e guardava todos os segredos sobre a morte do pai de Mario. O auge da obra é quando Alice vai ao Boqueirão e é hipnotizada, sendo tragada pelo redemoinho. Mario ao avistar Alice, a quem detestava, atira-se ao lago para salvá-la pondo sua própria vida em risco mas com a ajuda de Pai Benedito o menino consegue retirar Alice do redemoinho e a levam para a cabana pois Alice ainda estava desacordada, e tempos depois o barão chega e encontra a filha à beira da morte e fica completamente desolado. Em mais um ato de bravura, Mario salva Alice novamente ganhando o agradecimento do barão que prometeu cuidar da educação do menino e encaminhou-o à corte. Na segunda parte, sete anos depois, os adolescentes já estão crescidos e Alice aguardava ansiosa pelo retorno de Mário para a festa de natal, porém ao chegar, Mario a trata de forma fria. Aos poucos, os dois retornam a amizade e encontram-se algumas vezes para falar sobre o passado. Todos na fazenda comentavam sobre a paixão dos dois, que ainda assim negavam, porém Mario lembra da repulsa que sentia pelo pai da moça e volta a destratá-la , suspeitas estas que vêm a ser confirmada pelo pai Benedito. No desfecho, Mario e Pai Benedito encontram o corpo de um homem a precipitar-se no redemoinho, é o barão que tentava suicídio para que Mario pudesse ficar com Alice sem o sentimento de culpa mas Mario atira-se no lago para salvá-lo e o perdoa, finalmente estando livre para seguir seus sentimentos e casar com Alice.
Personagens Principais:
Alice: moça bela, de cabelos loiros e olhos azuis, apesar de ser filha do barão, Alice mostrava-se humilde e amiga dos escravos pois era muito gentil. Adélia: Adélia era melhor amiga de Alice mas eram totalmente opostas, ia contra a ideia de humildade e demonstrava gosto e prazer pelas coisas da cidade grande. Mario: menino esperto e carrancudo, jovem cheio de vida mas nutria forte desejo de vingança pelo barão. Eufrosina: mucama de Alice. Joaquim de Freitas: barão e pai de Alice. D. Luísa: mãe de Adélia. Domingos Pais: conselheiro e pai de Adélia. D. Júlia: mulher arrogante, era mãe de Alice e a baronesa. Pai Chico: negro que tinha grande apreço por Mario. D. Alina: esposa do avô de Mário, agora viúva. Dr. Matos: Pai de Frederico, dono de outra fazenda e homem mais rico depois de Joaquim de Freitas. Frederico de Matos: filho de Matos, o jovem fora prometido a Alice mas era apaixonado por Adélia. Lúcio: filho de D. Alina, amava Adélia. Martinho: pajem da casa. Tia Chica: Esposa de Benedito, amava e protegia Alice.
Tempo:
O tempo acontece de forma cronológica.
Espaço:
O espaço predominante na narrativa é o cenário campestre, na maior parte do tempo na fazenda mostrando a figura do tronco do ipê e o boqueirão, e o cenário regional belo do Rio de Janeiro.
Foco narrativo:
O narrador é onisciente e onipresente pois na primeira parte do livro ele participa do enredo porém na segunda parte ele passa a narrar os fatos em 3º pessoa.
Verossimilhança:
A verossimilhança na história é a caracterização do negro perante suas crenças e costumes, em nenhum momento há o abandono delas. Observa-se que o sistema de escravidão é muito evidente na obra destacando a casa grande onde morava o barão e sua família e a senzala onde ficavam os escravos, na senzala havia uma capela onde eles faziam suas rezas aos seus deuses.
Contexto Histórico:
O contexto histórico desta obra está introduzido em 1850, onde existia no Brasil o sistema de escravidão do negro trazido da África, entretanto, o livro mostra a áurea do café quando onde a utilização da mão de obra escrava decrescia devido à criação das fábricas.
Temática:
O livro mostra a ideia do anseio por vingança vinda do personagem Mario pelo barão pois suspeitava que o homem vinha a ser responsável pela morte de seu pai e por isso Mario buscava machucar todas as pessoas que eram próximas ao barão, incluindo seu amor, Alice. Trazia também a idéia do amor impossível, porque Mario e Alice se amavam mas o rapaz pensava que não podia casar com a filha do homem que matou seu pai. Mostra também o amor superando o ódio, quando Mario pula do penhasco para salvar Alice, mesmo que isso custasse sua própria vida.
Característica da escola literária:
A obra trata-se de um romance regionalista romântico onde Alencar buscava dar mais atenção ao cenário regional, logo o descrever o lugar tornava-se mais importante que descrever excessivamente os personagens. Nesta obra as críticas são sutis, quase inexistentes, notadas poucas vezes nas falas e atitudes de Mario sobre sua condição de agregado.
