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ETERNO
A escrita a lápis em um papel aleatório é a maior segurança para manter o sigilo do poeta. Sem remetente, sem assinatura. Apenas o sentimentalismo exacerbado, o papel e o lápis. Três amantes desse não correspondido amor.
O pensamento voa e o carvão do lápis marca o papel acompanhando o viajante, de maneira a recordar a primeira lembrança, o frio que cabia a ambos naquele peculiar dia, o primeiro "Oi!" tão rápido e calmo que a amada dirigiu ao poeta, seguindo de um sorriso... Ah, o sorriso! Foi amor de segundos naquele sorriso, foi extensão da eternidade aquele olhar.
O poeta sofreu da forma mais linda por não poder possuir sua amada, mas soube entender que alguns amores simplesmente não podem existir além da ilusória imaginação que a escrita permite chegar. Não é digno construir um amor em cima do sepulcro de outro. Cada um merece seu próprio espaço.
Enquanto isso, o sentimentalismo, o papel e o lápis permanecem juntos, a fim de não deixar morrer qualquer lembrança que sustenta esse antigo e saudoso amor. Seguem assim, amando eternamente a mesma donzela.