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  • Sayuri Kamezaki

ANÁLISE LITERÁRIA | UBIRAJARA





  • Foco Narrativo

O narrador é onisciente, ou seja, a história é narrada em terceira pessoa. Por ser um narrador onipresente, um observador, este tudo sabe, tudo vê.


  • Tempo

Linear e Cronológico, obedece um esquema desde o feito de Ubirajara até a formação da tribo dos Ubirajaras. Alencar colocou a história antes de 1500, em 1478, século XV, sendo notório então a ausência do homem branco.


  • Lugar

Nas matas do Brasil primitivo, um Brasil virgem e inexplorado, numa região interior e selvagem de um Brasil primitivo e edênico, onde se localizam as tribos Tocantins, Araguaia e Tapuia. Selvagem, hostil ou acolhedora, ela representa o espaço ainda inalcançado pelo homem branco, por se tratar de romance pré-cabralino. Há, ainda, o espaço das aldeias, povoado por criaturas selvagens, porém cheias de princípios éticos.

  • Estrutura da obra

O romance organiza-se em seus nove capítulos.


  • Enredo

No primeiro capítulo, o personagem chamado de Jaguarê vai a busca de um feito heroico para se tornar guerreiro e encontra Araci, uma virgem tocantim, por quem se apaixona, mas esta some, então, encontra Pojucã, um guerreiro tocantim. Pojucã, o matador de gente, enfrenta Jaguarê, sendo que Pojucã perde o duelo, mas ao invés de Jaguarê prosseguir com o ritual antropofágico, o leva como escravo. Quando chega na aldeia, Jaguarê conta a todos sobre seu feito, então passa a ser chamado de Ubirajara, o senhor das lanças. Aparece então Jandira , virgem Araguaia apaixonada por Ubirajara. Após Ubirajara receber o arco de Camacã, seu pai e grande chefe Araguaia, e ser chamado de senhor das lanças, Jandira se entrega a ele, porém a mesma pe rejeitada e se dá como esposa do prisioneiro Pojucã. Jandira foge. Ubirajara sai da sua aldeia a procura de Araci. Quando chega, em paz, a tribo dos Tocantins, é recebido bem graças à lei da hospitalidade, porém Ubirajara adota como seu novo nome Jurandir, que significa “aquele que veio trazido pela luz do céu”. Jandira tenta matar Araci, mas Ubirajara chega e a salva, então Jandira vira escrava de Araci. Assim que Araci o vê, logo percebe que Ubirajara estava ali para disputar o seu coração. Após receber todos os mimos de um hospede do chefe Itaquê, chefe dos Tocantins e pai de Araci, pede para disputar Araci com os outros guerreiros. Itaquê se alegra e consente. Ubirajara surpreende a todos com suas habilidades e sua força, alegrando e servindo sempre o chefe Itaquê. Ubirajara começa a se encontrar com Araci todas às tardes, mesmo sabendo que a índia era desejada por todos os guerreiros. Certo dia, Araci foi vítima de Jandira, que tentou matá-la com uma faca, mas Araci é salva por Ubirajara, este então fazendo Jandira sua escrava. Os desafios para ganhar o coração de Araci começam e Ubirajara acaba ganhando todos eles. Os dois finalmente pertencem um ao outro. Como Ubirajara ganhou Araci, filha do grande Itaquê, tinha que revelar quem era e donde viera. Ubirajara conta tudo, inclusive a luta que realizou com Pojucã. Itaquê revela que Pojucã era seu filho e fica muito triste, porém não faz nada, pois tinha que respeitar a lei da hospitalidade. Ao sair da tribo dos Tocantins e retornar a sua tribo, Ubirajara declara guerra, retornando a sua tribo de origem para formar um exército, libertando Pojucã, para que ele lute ao lado de seu povo. Antes de enfrentar os Araguaias, aparecem, os Tapuias, antigos rivais dos Tocantins, que era liderado por Canicrã, que estava com sede de vingança. Itaquê decapita Canicrã (chefe dos tapuias), mas Pahã (filho de Canicrã) cega Itaquê, com uma flecha, deixando os tocantins sem seu líder. Para haver um sucessor, este deveria dobrar o grande arco da nação tocantim, porém nem mesmo Pojucã consegue realizar tal prova. Então, pedem para que Ubirajara realize a prova, este que acaba conseguindo unir as flechas dos dois arcos e as duas nações. Por causa desta ação, não houve mais a luta contra os Araguaias. Ubirajara acaba a história com Araci e Jandira, que representa a união das duas nações. Nasce assim a nação dos Ubirajaras, formada pelas tribos Tocantins e Araguaia.


  • Temas da Obra

01)Triângulo Amoroso, característica das obras de Alencar, sendo que neste é representado por Ubirajara, Jandira e Araci.

02) Tradição da Honra/Transfusão de Heroísmo. A honra para o índio vale muito, como é feita por Itaquê que, apesar de descobrir que Jurandir matou o seu filho, não o ataca, pois sabe que está abaixo da lei da hospitalidade e quando Jurandir não deixa Araci retornar para a tribo Araguaia, após a declaração de guerra, pois, desonroso que a filha abandonasse o pai sem sua permissão e sem que esta tenha rompido a liga da castidade.

03) O mito do bom Selvagem, como Rousseau afirmava em sua teoria, “o homem nasce bom mas a sociedade o corrompe”.

04) Versão da promiscuidade sexual, já que há um rigor na questão da virgindade.

05) José de Alencar cumpre com “Ubirajara” o papel de questionar determinadas versões injustas sobre os nossos nativos.

  • Contexto Histórico

José de Alencar publicou sua obra em 1874, porém retratou a história no século XV, que se passa em um Brasil mais primitivo, na época pré-cabralina, antes da chegada de Cabral ao Brasil. Focaliza então, no índio, suas tradições e costumes mais antigos, mostrando seu verdadeiro caráter e a sua cultura sem a intervenção portuguesa.

“Ubirajara” é um livro pertencente à primeira geração do Romantismo no Brasil, e tem como características desta escola literária o nacionalismo (quando Alencar destaca a natureza brasileira, com sua protuberância) e o indianismo, com a idealização dos personagens principais.


  • Personagens:

01) Jaguarê: Índio guerreiro Araguaia, forte e grandioso, apaixonado por Araci porém seu primeiro amor foi Jandira. Filho de Jaçanã e Camacã, muda seu nome para Ubirajara após vencer uma batalha. É a personagem principal do livro.

02) Araci: virgem tocantim, filha de Itaquê. É apaixonada por Jurandir e é uma das mais famosas mulheres por ser muito bonita. Irmã de Pojucã e posteriormente esposa de Ubirajara.

03)Jandira: Filha de Majé, é uma índia Araguaia. Também é apaixonada por Jaguarê. Acaba virando a antagonista por tentar matar Araci, a amada de Jaguarê. No fim do livro, acaba tornando-se uma das esposas de Ubirajara.

04) Pojucã: índio tocantim, filho de Itaquê e irmão de Araci. Luta com Ubirajara no começo da história e põe fogo na taba do pajé dos tapuias, no fim do livro, antes da guerra. É conhecido como “matador de gente”.

05) Camacã: Grande chefe da tribo araguaia, pai de Ubirajara.

06) Itaquê: Chefe da tribo Tocantim, portador do arco Tocantim. É o pai de Pojucã e Araci.

07) Jacamim: Esposa de Itaquê, mãe de Pojucã e Araci.

08) Canicrã: Chefe da nação Tapuia. Trava guerra com Itaquê. É o pai de Pahã.

09)Pahã: Filho mais novo de Canicrã. É importante porque cega Itaquê na guerra contra os Tocantins com uma flecha.

10) Tupim: Guerreiro Araguaia, convocado por Ubirajara para ir atrás de Pahã.


  • Verossimilhança

O retrato de um Brasil anterior à colonização e exatamente toda a cultura dos índios nativos daquela época.



QUEM SOMOS

      Olá, somos do segundo ano de Telecomunicações (2AT) da Fundação Nokia e criamos este blog com o objetivo de auxiliar e esclarecer as dúvidas com relação a escola literária do Romantismo, tendo foco no autor José de Alencar, de modo que encontrem aqui questões de vestibulares comentadas, biografias dos autores, vídeos, análises, resenhas e entre outros recursos que facilitem o aprendizado. Este também é um exercício avaliativo aplicado pela professora Dayanna Porto, professora de Língua Portuguesa e Literatura.

Obrigado pela visita e boa leitura!

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