QUESTÕES COMENTADAS VIII
- liter-at
- 4 de nov. de 2016
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1. (Puccamp 2015) Costuma-se reconhecer que o Indianismo, na nossa literatura, é marcado por idealizações que emprestam uma espécie de glória artificial ao nosso passado como Colônia. Tais idealizações
I. Consistem, basicamente, em atribuir aos nossos silvícolas atitudes e valores herdados da aristocracia medieval, caros ao ideário romântico.
II. Processam-se com base em fidedignos documentos históricos, nos quais há registro detalhado dos usos e costumes das várias nações indígenas.
III. Ocorreram como reação às tendências nacionalistas do nosso Romantismo, que valorizavam sobretudo a vida urbana e os valores burgueses.
Atende ao enunciado o que está em
a) I, II e III.
b) I e II, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) I, apenas.
RESOLUÇÃO:
I. Correto; O Indianismo no movimento romântico brasileiro consistiu na atribuição da índole do cavaleiro medieval ao nosso nativo. Ou seja, como o Brasil não possuiu um passado medieval aos moldes do modelo europeu, foi necessário o estabelecimento do índio como herói nacional.
II. Incorreto; Devido à escassez de fontes históricas acerca do passado nativo, o ideário romântico nacional expressou-se a partir da conciliação entre a tradição indígena e a ficção.
III. Incorreto; O Indianismo estava inerente ao Nacionalismo.
Resposta: E
Texto para as questões 2 e 3:
Nos poemas indianistas, o heroísmo dos indígenas em nenhum momento é utilizado como crítica à colonização europeia, da qual a elite era a herdeira. Ao contrário, pela resistência ou pela colaboração, os indígenas do passado colonial, do ponto de vista dos nossos literatos, valorizavam a colonização e deviam servir de inspiração moral à elite brasileira. (...) Já o africano escravizado demorou para aparecer como protagonista na literatura romântica. Na segunda metade do século XIX, Castro Alves, na poesia, e Bernardo Guimarães, na prosa, destacaram em obras suas o tema da escravidão.
(Adaptado de: NAPOLITANO, Marcos e VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Atual Editora, 2013, p. 436-37)
2. (Puccamp 2015) Entende-se do texto que o Indianismo, no Brasil, identificou-se como um movimento romântico que
a) se dedicou a expressar com fidedignidade o processo de aculturação dos nativos brasileiros.
b) traduziu os aspectos típicos e essenciais da cultura indígena, exaltando-os em si mesmos.
c) se opôs aos rumos tomados pela Abolição, uma vez que se considerava prioritária a atenção aos indígenas.
d) idealizou o caráter dos indígenas, tomando-o como paradigma de moralidade a ser seguido.
e) valorizou a bravura dos nossos indígenas, para melhor sublinhar as fraquezas da cultura civilizada.
RESOLUÇÃO:
Segundo o texto, o indianismo, no que se refere ao caráter do índio, servia como um modelo a ser seguido pela sociedade brasileira em formação.
Resposta: D
3. (Puccamp 2015) Passagens muito representativas da tendência literária da segunda metade do século XIX, referida no texto, encontram-se em obras de Castro Alves e de Bernardo Guimarães, respectivamente
a) nos versos ríspidos das Cartas chilenas e no prefácio a Iracema.
b) nas sátiras contra a aristocracia baiana e nos Contos fluminenses.
c) nos versos em tom épico de Os escravos e no romance A escrava Isaura.
d) nas estrofes líricas de Espumas flutuantes e nos contos de Noite na taverna.
e) nos poemas de feição neoclássica e no romance Casa de pensão.
RESOLUÇÃO:
“Os escravos”, publicado em 1883, concilia as composições abolicionistas de Castro Alves, como os célebres poemas “O Navio Negreiro” e “Vozes d’África”. Já “A Escrava Isaura”, obra de Bernardo Guimarães publicada em 1875, tem como tema central os sofrimentos em função do amor de uma escrava de pele branca.
Resposta: C
4. (Puccamp 2015) Também em prosadores românticos do século XIX encontram-se exemplos de tipos da sociedade fluminense, que protagonizam situações também típicas de uma exemplar sociedade burguesa. É o que se constata, por exemplo, no romance
a) O Guarani, de José de Alencar, no qual se consagram os ideais de coragem e lealdade, com profundas raízes na aristocracia medieval.
b) Senhora, de José de Alencar, no qual se confrontam os interesses materiais e os ideais sublimes dos personagens envolvidos numa caprichosa trama.
c) Inocência, do Visconde de Taunay, cuja protagonista é a encarnação da mulher idealizada segundo os códigos sociais da época.
d) Memorial de Aires, de Machado de Assis, quando o autor, ainda jovem, aplica-se na análise dos costumes da Corte.
e) Esaú e Jacó, de Machado de Assis, no qual o memorialismo de um velho diplomata recupera figuras da antiga sociedade do Rio de Janeiro.
RESOLUÇÃO:
Em “Senhora”, romance urbano de José de Alencar, observa-se uma trama amorosa na qual se procura retratar os personagens estereotipados da Corte e, principalmente, da sociedade burguesa fluminense da segunda metade do século XIX. Nessa obra, a protagonista Aurélia representa um dos “perfis de mulher” da sociedade brasileira e, ainda assim, o autor lhe atribui certa densidade psicológica.
Resposta: B
5. (Ita 2015) No romance Senhora, José de Alencar mostra que
a) o dinheiro e a ambição impedem a realização do amor entre Aurélia e Seixas.
b) Aurélia, moça de origem pobre, conquistou o amor de Seixas só porque enriqueceu.
c) o amor de Aurélia teve força suficiente para regenerar o caráter de Seixas.
d) Seixas se regenerou moralmente por si mesmo, independentemente de Aurélia.
e) o meio social corrompeu de uma vez por todas o caráter de Seixas.
RESOLUÇÃO:
Para responder a esta questão, basta remeter a uma das principais características do romantismo: a idealização do amor como força regeneradora do caráter humano, sendo este um dos pontos que José de Alencar tenta mostrar em “Senhora”.
Resposta: C